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02 - Reprogramando a mente

A única coisa que eu te peço é: **vem com a mente aberta**.
Esse caderno aqui é meio curso, meio diário de bordo, meio laboratório.
A gente vai rabiscar, testar, errar, corrigir e criar.

E quando você perceber, vai olhar pro seu PC e pensar:
"Caraca, esse bagulho aqui é meu agente mesmo."

Vambora, porque o futuro é nosso, e começa com um `start` no terminal.

Imagine que você viajou para um país desconhecido e precisa se comunicar. Se você é brasileiro, já sabe que a gente dá um jeitinho, né? Com um sorriso e um pouco de cara de pau, conseguimos nos virar. Agora, pense no computador como esse "país estrangeiro". Para conversar com ele, precisamos aprender a linguagem das máquinas — e é aí que entra a **programação**.

Programar é como falar com o computador, dando instruções para ele fazer o que você quer. E, com a chegada das **LLMs** (modelos de inteligência artificial, como o ChatGPT), essa conversa ficou muito mais fácil. Agora, temos o **Vibe Code**, uma forma revolucionária de programar usando linguagem natural. Isso mesmo: você diz, em português, algo como "quero um aplicativo que mostre o cardápio de um café", e ferramentas como **Cursor**, **GitHub Copilot** ou **Deepseek** transformam suas palavras em código, criando o aplicativo automaticamente.

## A Grande Deficiência do Vibe Code
#### # A Grande Deficiência do Vibe Code: Por Que Entender o Código Ainda Importa

Imagine que você, brasileiro nato, desembarca em um país onde ninguém fala português. Com aquele jeitinho clássico, você consegue se virar: aponta, gesticula, usa meia dúzia de palavras e pronto, consegue pedir um café. Agora, pense no "Vibe Code" como essa conversa descompromissada com o computador. Você diz o que quer em linguagem natural — tipo "faz um app de lista de tarefas" — e ferramentas como Cursor, GitHub Copilot ou Claude Code transformam suas palavras em código funcional. Parece mágica, né? Mas aqui vem o pulo do gato: a grande deficiência do Vibe Code é que, se você não entende nem por cima o que o código gerado faz, qualquer erro ou ajuste no projeto vira uma dor de cabeça danada.

## O que é Vibe Code, afinal?

O termo "Vibe Code" foi criado por Andrej Karpathy em 2025 e explodiu como uma forma de programar usando linguagem natural. Em vez de escrever linhas de código manualmente, você descreve o que quer, e a inteligência artificial (IA), através de modelos de linguagem (LLMs), gera o código pra você. É como pedir um café e receber ele pronto, sem precisar moer o grão. Ferramentas como Cursor ou Replit permitem criar apps, sites e até jogos só falando ou escrevendo o que você imagina.

A promessa é tentadora: qualquer pessoa, mesmo sem experiência em programação, pode criar software. Para projetos simples, como um site pessoal ou um joguinho de fim de semana, isso funciona que é uma beleza. Mas, como todo atalho, o Vibe Code tem um preço: se você não entende o que está por trás do código gerado, como vai consertar um bug ou adicionar uma nova funcionalidade?

## A armadilha de "só aceitar" o código

No Vibe Code, a IA faz o trabalho pesado, mas muitos usuários caem na tentação de simplesmente "aceitar tudo" sem nem olhar o código. Andrej Karpathy, o criador do termo, descreveu isso como "esquecer que o código existe" e "deixar a IA tomar conta". É divertido para projetos descompromissados, mas perigoso para algo mais sério. Por quê? Porque o código gerado pode ter bugs, vulnerabilidades de segurança ou simplesmente não fazer exatamente o que você queria.

Por exemplo, imagine que você pediu um site com um botão que muda de cor ao passar o mouse. A IA entrega o código, mas o botão só funciona em um navegador específico. Se você não entende o básico do que está acontecendo no código, como vai saber onde mexer para corrigir isso? Ou pior: e se o código tiver uma brecha de segurança que você nem percebe? Um usuário no X aprendeu isso na marra quando seu app, criado só com Vibe Code, foi hackeado por falta de revisão.

## Entender, não decorar

A boa notícia é que você não precisa ser um mestre em programação para usar o Vibe Code com segurança. A chave está em **entender por cima o que cada parte do código faz**, em vez de tentar escrever cada linha do zero ou decorar sintaxes complicadas. Pense assim: você não precisa saber cozinhar como um chef para seguir uma receita, mas precisa saber o que é o forno e a diferença entre assar e fritar.

Quando você usa o Vibe Code, a IA entrega um código com várias partes: algumas lidam com a interface (o que o usuário vê), outras com a lógica (o que o programa faz) e outras com a comunicação com servidores ou bancos de dados. Se você consegue identificar essas partes e entender, mesmo que superficialmente, o papel de cada uma, já pode:

- **Localizar problemas**: Se o app trava, você sabe qual parte do código provavelmente está falhando (ex.: a função que lida com cliques no botão).

- **Fazer ajustes**: Quer mudar a cor de um botão? Se souber onde está o trecho de CSS ou JavaScript que controla isso, pode pedir à IA para alterar só essa parte.

- **Evitar desastres**: Entender o básico ajuda a perceber se o código tem algo estranho, como chamadas a APIs externas que podem vazar dados.

## 💭 Um pouco de imaginação + um pouco de "vibecode" 💻

A gente vai usar ferramentas como `n8n`, `VS Code`, `HTML`, `JS`, `SQL`, e até inteligência artificial (LLMs tipo o ChatGPT) pra montar um esquema nervoso. Não precisa ser programador sênior pra começar. A gente vai **no passo a passo, na manha, sem K.O...

Se tiver imaginação e disposição, dá pra fazer coisas **muito além do básico** do N8N, não estou nem falando de MAKE... e se você não sabe a diferença, eu vou te mostrar. Tipo criar um bot que organiza seus arquivos sozinho, um painel web que avisa quando acabou o leite da geladeira, ou um sistema que recebe mensagens, interpreta e age tudo no automático, é so pegar a base.

## Mas como aprender a interpretar o código?

Aqui vão algumas dicas práticas para entender o código gerado sem virar um programador hardcore:

1. **Peça explicações à IA**: Depois que a IA gerar o código, peça para ela explicar em português simples o que cada parte faz. Por exemplo: "Explique como esse arquivo funciona em termos simples." Muitos modelos, como Claude ou Gemini, conseguem descrever o código de forma clara.

2. **Comece com projetos simples**: Crie algo pequeno, como uma calculadora ou uma página estática. Assim, o código é mais curto e fácil de entender. Aos poucos, você pega o jeito de como as coisas se conectam.

3. **Use comentários no código**: Peça à IA para adicionar comentários explicando cada trecho. Exemplo: "Adicione comentários em português explicando o que esse código faz." Isso ajuda a mapear as funções do código.

4. **Teste e quebre**: Mexa no código e veja o que acontece. Mude uma cor, altere um texto e rode o projeto. Isso ajuda a entender como cada parte afeta o todo.

5. **Aprenda o básico da linguagem**: Não precisa dominar, mas saber o que é uma "função", uma "variável" ou um "loop" já faz uma diferença enorme. Tutoriais curtos no YouTube ou plataformas como o Replit podem ajudar.

## Por que isso é tão importante?

Entender o código, mesmo que superficialmente, é como saber onde ficam os fusíveis da sua casa. Se a luz apaga, você não precisa ser eletricista, mas saber qual fusível mexer já resolve o problema. No Vibe Code, essa compreensão te dá autonomia para:

- **Corrigir erros**: Em vez de ficar preso pedindo à IA para "tentar de novo", você pode apontar exatamente onde o problema está.

- **Personalizar projetos**: Quer adicionar um novo recurso? Sabendo o que cada parte faz, você pode pedir alterações específicas sem bagunçar tudo.

- **Garantir segurança**: Em projetos maiores, entender o código ajuda a evitar vulnerabilidades que a IA pode introduzir sem querer.


Um exemplo prático: um desenvolvedor no Reddit contou que usou Vibe Code para criar um app, mas percebeu que a IA usou uma versão antiga de uma biblioteca (Tailwind CSS 3 em vez de 4). Como ele entendia o básico, conseguiu pedir à IA para atualizar o código. Sem esse conhecimento, ele teria ficado com um app problemático.
## O futuro do Vibe Code: parceria, não substituição

O Vibe Code é uma ferramenta poderosa, mas não é mágica. Ele não substitui a necessidade de entender o que está acontecendo nos bastidores, especialmente se você quer criar algo mais robusto ou trabalhar em equipe. Como disse Simon Willison, "Vibe Code é ótimo para protótipos, mas para sistemas maiores, a qualidade e a compreensão do código são cruciais."

A boa notícia? Você não precisa virar um gênio da programação. Aprender a interpretar o código gerado é como aprender a ler um mapa: você não precisa saber construir a estrada, mas precisa entender para onde ela leva. Com essa habilidade, o Vibe Code deixa de ser uma armadilha e vira um superpoder, permitindo que você crie, ajuste e melhore seus projetos com confiança.